A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a 36ª fase da
Operação Lava Jato, intitulada Operação Dragão. Agentes cumprem
dezesseis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão em São
Paulo, Ceará e Paraná. Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, operadores
financeiros especializados na lavagem de capitais de grandes
empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, são alvos da ação.
De
acordo com a PF, eles são responsáveis pela movimentação de dinheiro
sujo, oriundo principalmente de relações criminosas entre empreiteiras e
empresas sediadas no Brasil com executivos e funcionários da Petrobras.
Contas bancárias em nome de offshores no exterior, empresas de fachada e
a celebração de contratos falsos eram os recursos usados para lavar o
dinheiro ilícito.
O Ministério Público Federal (MPF) aponta que as
empreiteiras UTC Engenharia e a Mendes Júnior usaram empresas do
operador Rodrigo Tacla Duran para realizar os pagamentos de propina.
Elas repassaram, respectivamente, 9,1 milhões de reais e 25, 5 milhões
de reais a Duran entre 2011 e 2013. No mesmo período, outras empresas
contratadas pela administração pública também realizaram depósitos de
mais de 18 milhões de reais com o mesmo destino.
No caso da Mendes
Junior, os repasses ao operador são explicados na proposta de delação
premiada que está em negociação com a Procuradoria-geral da República.
Os valores teriam como destino agentes públicos envolvidos em obras da
Petrobras e no governo do Rio de Janeiro, segundo o jornal O Estado de
S. Paulo.
Ainda de acordo com o veículo, além da Odebrecht, Mendes
Júnior e UTC, outras três empreiteiras tinham relação com Duran. A
Treviso, do lobista Julio Camargo, repassou 350.000 reais para o
escritório do advogado, enquanto a EIT pagou 2 milhões de reais.
Preso
em outras fases da Lava Jato, Adir Assad, por sua vez, repassou
24.310.320,37 de reais para Rodrigo Tacla Duran, conforme apontou o MPF.
Empresas ligadas a outro operador, Ivan Orefice Carratu, ligado a
Duran, receberam de Adir Assad a quantia de 2.905.760,10 reais.
O
nome da operação é uma referência aos registros na contabilidade de um
dos investigados, que chamava de “operação dragão” os negócios fechados
com parte do grupo criminoso para disponibilizar recursos ilegais no
Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior.
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