Os líderes dos partidos começaram, na tarde de hoje (19), a fazer indicações dos membros da comissão especial que vai analisar o impeachment
da presidenta Dilma Rousseff. Logo após o presidente do Senado, Renan
Calheiros, conceder prazo de 48 horas para que os nomes fossem entregues
à Mesa Diretora, os primeiros líderes anunciaram seus indicados.
Renan
Calheiros convocou sessão para a próxima segunda-feira (25) para a
eleição dos 21 membros, que poderão ser indicados até a noite de
sexta-feira (22) – considerando que quinta-feira é feriado nacional e
não conta no prazo.
O bloco formado por PSDB e DEM indicou os
senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Antônio Anastasia (PSDB-MG),
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). O bloco que
reúne PTB, PR e PSC indicou os senadores Wellington Fagundes (PR-MT) e
Zezé Perrela (PTB-MG) como titulares.
Os senadores iniciaram
também uma discussão sobre o prazo para a instalação da comissão
especial. Ronaldo Caiado e Ricardo Ferraço apresentaram questões de
ordem, argumentando que os nomes dos membros deveriam ser imediatamente
comunicados pelos líderes, e a eleição da comissão deveria ser realizada
na sessão de hoje.
Caiado disse que, nos casos de blocos
parlamentares que não fizerem a indicação hoje, o plenário deveria fazer
a eleição dos indicados e permitir a instalação imediata da comissão.
Posteriormente, na opinião de Caiado, o próprio plenário faria a eleição
dos membros que estivessem faltando.
Em seguida, o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ), apresentou questão de ordem no sentido
contrário e reivindicando o direito dos governistas de ter o prazo
completo de dois dias para indicarem seus nomes.
“Nós estamos
falando de um processo contra uma presidenta da República. Nós não
queremos, aqui, sermos atropelados. É isso o que está acontecendo. Não
dá para aceitar alguns discursos de gente que passou um ano e quatro
meses paralisando o país e, nessa crise política, quer tirar o nosso
direito por causa de dois dias”, alegou.
Renan Calheiros rejeitou a
questão de ordem da oposição e argumentou que está seguindo a
determinação da lei, ao conceder o prazo de 48 horas para as indicações.
“Não posso passar para a história como alguém que está atropelando um
prazo de 48 horas para os líderes indicarem suas bancadas. Eu não vou me
prestar a esse papel, nem para um lado, nem para o outro”, disse.
Diante
dos questionamentos insistentes da oposição, o presidente do Senado
disse que remeteria os recursos para análise da Comissão de Constituição
e Justiça da Casa, o que atrasaria a decisão. E ameaçou pedir a
antecipação da transferência da presidência do Senado Federal para o
presidente do Supremo Tribunal Federal para dirimir qualquer dúvida.
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