O dólar fechou a terça-feira com queda de quase 1 por cento,
aproximando-se do patamar de 3,20 reais, influenciado pela volta do
Banco Central ao mercado cambial e também pelo firme recuo da moeda
norte-americana no exterior.
O dólar recuou 0,81 por cento, a
3,2124 reais na venda, depois de ter acumulado ganho de 1,98 por cento
nos dois pregões anteriores. A queda nesta sessão foi a maior desde o
recuo de 1,35 por cento registrado em 4 de janeiro.
Na mínima do dia, o dólar foi a 3,1924 reais. O dólar futuro cedia cerca de 1 por cento no final desta tarde.
"O
Banco Central agiu para preservar a segurança do mercado e dar mais
tranquilidade aos agentes diante dos fatos externos", destacou o
superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. O
último leilão de swap tradicional havia sido em 12 de dezembro passado.
O
BC anunciou na noite passada a volta nesta sessão com os leilões de
swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--, decisão
tomada após avaliar as condições de mercado.
E a autoridade
vendeu a oferta integral de até 12 mil contratos para rolagem dos
vencimentos de fevereiro, que somam o equivalente a 6,431 bilhões de
dólares.
Se mantiver o mesmo ritmo de swaps ofertados nos próximos
dias e vendê-los na íntegra, o BC rolará o volume total em 11 leilões. A
última vez que o BC entrou no mercado de câmbio foi dia 13 de dezembro,
com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra.
O
presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse mais cedo que a autoridade
monetária poderá sempre fornecer hedge a empresas se os mercados não
estiverem funcionando bem e se houver problemas de liquidez,
acrescentando ainda que o BC pode usar suas ferramentas cambiais dentro
do regime de câmbio flutuante, que considera a primeira linha de defesa
da economia contra choques externos.
Já o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, afirmou em Davos, na Suíça, onde também participa do
Fórum Econômico Mundial, que há conforto em relação ao patamar atual do
dólar.
O mercado externo também contribuiu para o movimento de
queda do dólar nesta sessão. A moeda norte-americana cedia ante uma
cesta de moedas e divisas de emergentes, como o peso mexicano.
Os
investidores reagiram ao discurso da primeira-ministra britânica,
Theresa May, afirmando que o Reino Unido deixará o mercado comum da
União Europeia quando sair do bloco, acrescentando que o acordo final de
saída será enviado para votação no Parlamento.
O discurso ajudou a recuperar a libra nos mercados de câmbio.
Outro
evento no radar dos investidores era a posse do presidente eleito dos
Estados Unidos, Donald Trump, na próxima sexta-feira. Ele prometeu uma
política econômica mais inflacionária, com gastos em infraestrutura e
corte de impostos, o que pode obrigar o Federal Reserve, banco central
do país, a aumentar os juros além do esperado.
"O BC
(brasileiro) pode ter se antecipado à posse, já que o dólar poderia
ficar mais especulativo", comentou um operador de câmbio de uma
corretora local, referindo-se à nova atuação no mercado de câmbio.
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