terça-feira, 14 de junho de 2016

Arretada, Tia Eron aparece, mas não indica voto decisivo: 'Não mandam nesta nega aqui'




Depois de passar uma semana escondida após ser apontada como o voto que selará a cassação do mandato de E duardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada baiana Tia Eron (PRB) finalmente apareceu nesta terça-feira no Conselho de Ética da Câmara. Com um discurso performático e pontuado por frases de efeito, a até então desconhecida deputada atacou os colegas que a criticaram pelo sumiço - mandou o petista Zé Geraldo (PA) "higienizar a boca" -, voltou a acirrar os ânimos no colegiado, mas manteve o suspense sobre o seu voto.

O primeiro frisson foi causado quando Tia Eron, dedo em riste, esbravejou: "Eu respeito todos os presentes aqui. Me surpreendeu os senhores não me procurarem nem sequer citarem meu nome hoje. Entenderam que, de fato, não mandam nessa nega aqui. Nenhum dos senhores mandam", iniciou o pronunciamento.

Era uma referência às informações que circularam nos bastidores, segundo as quais seu voto estava em negociação entre aliados de Cunha e a cúpula do seu partido, coman dado pelo ministro Marcos Pereira (Indústria e Desenvolvimento). Tia Eron elogiou a liberdade concedida por Pereira para que ela vote conforme sua consciência. Depois, ela disparou contra seus críticos, como Nelson Marchesan Junior (PSDB-RS), que ironizou sua falta na sessão anterior: "Não fui abduzida!", cutucou, citando em seguida o pai do parlamentar.

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