RIO — O “Instituto Lula” divulgou nota neste sábado afirmando que a conduta do promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, é “irregular e arbitrária”. Consentino informou neste sábado que reuniu provas suficientes para denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, pelos crimes de ocultação de patrimônio na investigação sobre o apartamento tríplex que o casal manteve no edifício Solaris, no Guarujá. O instituto afirma ainda que Consentino compromete “o prestígio e a dignidade da instituição Ministério Público”.
“O promotor violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, antes mesmo de ouvi-los. E já antecipou que irá chamá-los a depor apenas para cumprir uma formalidade”, diz a nota.
O promotor comanda as investigações sobre a transferência de prédios inacabados da Bancoop, a cooperativa do sindicato dos bancários que se tornou insolvente e transferiu as obras para a OAS. O Solaris é um dos prédios e, segundo Conserino, a família Lula era dona do triplex, embora o imóvel esteja em nome da construtora OAS.
“Ao contrário do que acusa o promotor – sem apresentar provas e sem ouvir o contraditório – o ex-presidente Lula e sua esposa jamais ocultaram que esta possui cota de um empreendimento em Guarujá, adquirida da extinta Bancoop e que foi declarada à Receita Federal”, diz o Instituto Lula, que acrescenta:
“O capital investido nesta cota pode ser restituído ao comprador ou usado como parte na aquisição de um imóvel no empreendimento. Nem Lula nem dona Marisa têm relação direta ou indireta com a transferência dos projetos da extinta Bancoop para empresas incorporadoras (que são várias, e não apenas a OAS).Não há, portanto, crime de ocultação de patrimônio, muito menos de lavagem de dinheiro. Há apenas mais uma acusação leviana contra Lula e sua família”.
A informação sobre a possibilidade da denúncia foi antecipada pela "Veja" e confirmada pelo GLOBO. O instituto atacou a revista e disse que irá processá-la.
“Quanto à revista Veja, que utilizou a entrevista do promotor para mais uma vez ofender e difamar o ex-presidente Lula, será objeto de nova ação judicial por seus repetidos crimes”.