Delator
da Operação Lava Jato, o lobista Julio Camargo voltou a afirmar nesta
sexta-feira que repassou 4 milhões de reais em propina ao ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu. O dinheiro sujo foi recolhido, segundo Camargo,
a mando do ex-gerente de Serviços da Petrobras Renato Duque e pago de
forma parcelada: foram 2 milhões de reais entre abril de 2008 e abril de
2009, 1 milhão de reais entre julho e agosto de 2010 e o restante foi
pago a partir de uma conta de afretamento de jatinhos que o petista
utilizava.
Segundo informou a revista "Veja", essa não é a
primeira vez que Camargo cita Dirceu como destinatário da propina do
petrolão. Em audiência nesta sexta, o juiz Sergio Moro censurou o
executivo por não ter citado a participação do ministro nos depoimentos
iniciais de delação premiada. De acordo com o delator, em uma reunião no
escritório da Petrobras por volta de 2008, Duque pediu expressamente
que parte do dinheiro sujo usualmente destinado à diretoria de Serviços
fosse repassada a Dirceu.
"Paguei ao senhor José Dirceu por
solicitação do doutor Renato Duque. Não se refere a um contrato
específico. Recebi uma solicitação do doutor Renato Duque. Nós tínhamos
uma espécie de conta corrente sobre valores referentes a contratos a
serem pagos à área de Serviços", explicou. "Em um determinado momento o
doutor Duque me chamou e disse 'Julio, da nossa conta corrente
existente, quero que você destine 4 milhões de reais ao ministro José
Dirceu'", disse o delator de acordo com o site da publicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário