sábado, 8 de outubro de 2016

Dívida, divórcio e delação em risco: o inferno de Fernando Baiano




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O lobista Fernando Baiano foi preso em novembro de 2014, na etapa da Lava Jato conhecida como Operação Juízo Final, que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção na estatal. Apontado como intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobras e integrantes do PMDB, ele passou dez meses na cadeia antes de decidir contar o que sabe. Quando falou, confirmou ter feito pagamentos ilegais ao então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), num total de 4 milhões de reais em dinheiro vivo. Também contou ter participado pessoalmente de uma operação que levou 2 milhões de reais à primeira campanha de Dilma Rousseff à Presidência, em 2010. Em prisão domiciliar desde novembro do ano passado, o lobista vê agora ameaçados os benefícios de sua delação. E enfrenta um divórcio litigioso que pode lhe custar a convivência com os filhos. Das brigas com a ex-mulher à omissão que pode levá-lo de volta para a cadeia, reportagem de VEJA desce ao inferno de Fernando Baiano.

Graças a acordos de cooperação internacional, a força-tarefa da Operação Lava Jato descobriu que o lobista não contou tudo sobre sua participação em esquemas criminosos com empreiteiras do petrolão. Caberá agora, portanto, ao juiz Sergio Moro decidir se mantém os benefícios do acordo. O lobista foi condenado a 16 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele ainda é réu em outro processo na Lava Jato. Por isso se esforça para provar o que disse aos investigadores – e assim cumprir apenas os 4 anos de cadeia acordados. A corrida se dá em meio à separação da mulher, Fátima Duarte. Ela quer a guarda dos filhos e os bens de Baiano – todos já confiscados para saldar a milionária dívida que ele tem com a Justiça.

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