quinta-feira, 17 de março de 2016

Cinco anos após deixar presidência, Lula toma posse como ministro da Casa Civil


 
© Reprodução/GloboNews
Pouco mais de cinco anos após deixar a presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira (17) para tomar posse como ministro da Casa Civil do governo Dilma. Ao entrar no salão, Lula foi ovacionado aos gritos de "Lula guerreiro do povo brasileiro" e "não vai ter golpe!".
"Muito bom dia a todos os brasileiros e brasileiras de coragem que estão dentro desta sala. Queria saudar com muita alegria, com muita convicção o nosso querido ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministro chefe da Casa Civil", disse Dilma logo após assinar o termo de posse de seu antecessor.
Enquanto isso, do lado de fora do Palácio, milhares de pessoas protestavam contra o governo Dilma e a posse de Lula. O anúncio do novo chefe da Casa Civil e a divulgação do gravação da conversa entre a atual e o ex-presidente já haviam desencadeado uma série de protestos desde ontem em ao menos 16 Estados e no Distrito Federal.
Em seu discurso, Dilma teceu elogios ao ex-presidente, "uma pessoa que, além de ser um grande líder político, é um companheiro de lutas". "Eu conto com a experiência do ex-presidente. Conto com a identidade que ele tem com esse País e com o povo. Conto com sua incomparável capacidade de olhar nos olhos do nosso povo e de entender esse povo. De querer o melhor para esse povo. E também de ser entendido por ele e por ele amado. A sua presença aqui prova que você tem a grandeza dos estadistas e dos grandes líderes", completou.
Dilma reforçou ainda a união entre ela e Lula. "Nós sempre estivemos juntos pois temos em comum algo extremamente importante: a consciência do projeto do Brasil extremamente generoso que olha para aquela parcela do povo que é a mais sofrida que é grande maioria da população que foi excluída", disse

Gravações da Lava Jato

A presidente aproveitou seu discurso para comentar a divulgação das conversas telefônicas entre ela e Lula, divulgadas ontem pelo juiz Sérgio Moro, e tecer críticas à condução da operação Lava Jato. "Interpretação desvirtuada, investigações baseadas em grampos ilegais, não favorecem a democracia nesse país. Quando isso acontece, fica nítida a tentativa de ultrapassar o estado democrático de direito rumo ao estado de exceção", disse Dilma.

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