domingo, 2 de agosto de 2015

38ª AULA = CONJUNÇÕES INTEGRANTES





As conjunções integrantes são demarcadas pelas palavras “que” e “se” 


 

As muitas ocorrências linguísticas, todas elas prescritas pela gramática normativa, fazem com que acreditemos ser a língua portuguesa um tanto quanto complexa. Sim, não resta dúvida nenhuma de que essa complexidade é fator preponderante, mas, ao contrário do que muitos pensam, ela pode se tornar descomplicada, haja vista que os aprendizados que fazemos, uma vez apreendidos, compreendidos na íntegra, não há razões para fazermos dela um estigma.
Assim, apreender de forma significativa representa tão somente a forma pela qual todos os pressupostos nos são repassados, ou seja, se feitos de forma minuciosa, a partir de exemplos claros, certamente que o resultado será positivo, mas se o contrário ocorrer, as dificuldades tender-se-ão a se tornar ainda mais solidificadas. Partindo então desse princípio, que aqui nos encontramos mais uma vez, munidos, sobretudo, de nosso principal intento: fazer com que compreenda, da melhor forma possível, acerca das características que demarcam as chamadas conjunções integrantes, uma vez que elas, além de serem representadas pelas conjunções ‘QUE E SE, ainda introduzem as orações subordinadas substantivas, ou seja, aquelas que exercem a função de substantivo. Nesse sentido, perceba como tudo se tornará ainda mais fácil de compreensão após o momento em que passarmos a compreender cada uma dessas orações, de forma particular e analisadas segundo a classificação que a elas pode ser atribuída, é o que veremos a partir de agora:
Era necessário [que você comparecesse à reunião].
Transformando-a em um período simples, temos: O seu comparecimento à reunião era necessário.
Temos que essa oração se classifica como “subordinada substantiva subjetiva”.
Desejamos [que você seja imensamente feliz.]
Oração subordinada substantiva objetiva direta.
Não sabemos [se você deseja ir conosco ao baile de formatura.]
Oração subordina substantiva objetiva direta.
Você sabe [se ela voltará hoje de viagem?]
Oração subordinada substantiva objetiva direta.
Necessitamos muito [de que você fale a verdade durante o julgamento.]
Oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Estamos certos [de que a sua vinda fará a garota muito feliz.]
Oração subordinada substantiva completiva nominal
A verdade é [que não precisamos acreditar nessas bobagens.]
Oração subordinada substantiva predicativa.
Só preciso lhe dizer algo: [que você é muito importante para mim.]
Oração subordinada substantiva apositiva.
Somente gostaríamos de ter uma certeza: [se você voltará hoje.]
Oração subordinada substantiva apositiva.

Distintos sentidos das conjunções

Levando em conta o contexto em que se inserem, as conjunções apresentam distintos sentidos
Em se tratando dos estudos relacionados à gramática, até mesmo pelo fato de ela onerar ao usuário alguns aspectos que, em maior ou menor grau, acabam contribuindo para o “desencadear” de alguns aspectos negativos, constatamos que determinadas apreensões somente se efetivam por meio da famosa “decoreba”. Essa forma mecanicista de aprendizagem - supérflua como se apresenta- somente tende a fazer efeito por um curto prazo, isto é, os conceitos aprendidos não se tornam apreendidos na íntegra, assim como deveriam.
Falando em tais conceitos, eis que um exemplo vem a calhar perfeitamente com essa realidade, bem como norteia essa nossa proveitosa discussão, apresentando-se demarcado pelas conjunções.  Elas, por sua vez, conduzem o usuário a memorizar, como antes dito, de forma mecânica todos aqueles distintos exemplos, razão pela qual, com o passar do tempo, tudo se torna esquecido, sem sentido e sem a menor aplicabilidade. Dessa forma, nós, que sempre temos a honra de contribuir para o aprimoramento de seu aprendizado em relação aos aspectos norteadores desse nosso rico idioma, estamos mais uma vez aqui para conduzi-lo(a) a caminhos menos tortuosos, menos complicados, fazendo com que não opte por apenas decorar as conjunções, demarcadas por aqueles fartos exemplos, mas sim passe a entendê-las, a analisá-las segundo a compreensão dos distintos sentidos que apresentam, sempre tendo em vista que o contexto em que se encontram inseridas resulta no fator preponderante em todo esse processo.
Nesse sentido, cabe-nos fazer um alerta acerca do fato de que uma mesma conjunção, uma vez classificada como “tal’’, colocando-se a serviço de outro enunciado, pautado em condições distintas de comunicação, assume, sem nenhuma dúvida, classificações diferentes.  Com base nessa premissa, analisemos alguns casos que tão bem ilustram a prerrogativa em questão:
# Apresentamos o trabalho como o professor nos orientou.
De acordo com a ideia contida na conjunção demarcada, temos a convicção de se tratar de “conformidade”.
# Ela é doce e meiga como uma flor.
A noção aqui representada diz respeito ao estabelecer de uma comparação.
# Como não fomos convidados, não fizemos questão de ir ao aniversário.
Nesse outro, não precisamos nem ir muito além para constatarmos  que se trata de uma noção relacionada à causa.
 # Não permaneceram nem um dia no hotel, desde que chegaram aqui na cidade.
A noção aqui demarcada faz referência a tempo. 
# Podemos até ir ao cinema, desde que você não chegue tarde.
Nesse contexto, obviamente que se trata de algo relacionado à condição, ou seja, um fato dependendo do outro para realmente ocorrer.

Diferenças entre conjunção integrante e pronome relativo

Aspectos específicos demarcam as diferenças entre conjunção integrante e pronome relativo
Encontrarmo-nos diante de um mesmo vocábulo, estando ele uma vez demarcado em contextos linguísticos distintos, representa, sem dúvida, um fato recorrente quando nos situamos em meio aos estudos da língua propriamente dita. Diante de tal questão, resta-nos considerar se realmente estamos aptos para compreender e atribuir a essas palavras as classificações adequadas, sim? Por esse motivo, sentimo-nos então motivados a propor a discussão que agora se firma, cujo intuito maior é fazer com que essas habilidades sejam sempre manifestadas, obtendo como consequência disso a sua competência linguística, cada vez mais aprimorada.  Mas antes de prosseguirmos, nada que alguns exemplos não nos façam compreender de forma ainda mais efetiva:

Nós queremos [que você tão logo venha nos visitar.]

Voltando àquela velha e aplicável prática de fazermos a pergunta ao verbo, no sentido de encontrarmos o complemento, analisemos:

“Nós queremos” - Temos uma oração que se constitui de um sujeito e predicado, cujo aspecto a faz se apresentar como a oração principal do período em questão.
Mas, o quê queremos?

Que você tão logo venha nos visitar.

Encontramos, pois, o que faltava para que o verbo “querer” se apresentasse dotado de sentido – o que nos faz inferir que se trata de um objeto direto, dada a não presença da preposição. Contudo, outro elemento se faz preponderante nessa questão – demarcado pela palavra “que”. Ele, por sua vez, iniciou a segunda oração, que em termos de classificação, apresenta-se como uma oração subordinada substantiva objetiva direta.  Dessa forma, dispondo da competência necessária, podemos classificá-lo (o termo em destaque) como sendo uma conjunção integrante, haja vista que introduz as orações subordinadas substantivas.
Vamos a outro exemplo:

Os garotos [que estão de férias] foram se divertir durante esta semana.

Desejando substituir a palavra demarcada por “os quais”, tal procedimento em nada acarretaria para a clareza da mensagem, como expresso a seguir:

Os garotos os quais estão de férias foram se divertir durante esta semana.

Partindo desse princípio, ou seja, o da substituição, constatamos que a palavra demarcada (que) substitui uma palavra anteriormente expressa, que no caso se refere a “garotos”.  Outra questão, não menos relevante, diz respeito ao fato dele introduzir uma oração subordinada adjetiva restritiva.
Com base então em tais pressupostos, afirmamos se tratar de um pronome relativo.

Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte



Nenhum comentário:

Postar um comentário