São Paulo – A prisão de Marcelo Odebrecht e de Otávio Marques Azevedo, os respectivos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, foi notícia também nos mais importantes jornais do mundo.
Presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, sendo preso© REUTERS/Francio de Holanda Presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, sendo preso
Em todos os meios de comunicação, o foco das reportagens não poderia ser melhor para o país: o Brasil está mudando uma cultura em que os ricos se safam da prisão.
O The New York Times afirma que a investigação chegou ao mais alto nível do governo e dos negócios no país.
E ressalta o poder do nome da 14a fase da operação Lava Jato: "erga omnes", cuja tradução do latim para português significa "vale para todos".
"Foi uma aparente mensagem de que o país está tentando acabar com a sua conhecida cultura de impunidade, na qual os ricos e poderosos infringem a lei sem medo de punição", escreve o New York Times.
Seguindo a mesma linha, o Wall Street Journal diz que as prisões são um "ponto de exclamação" e mostram que as instituições jurídicas e coercitivas estão trabalhando independentemente, "em uma nação onde os ricos e poderosos escaparam por muito tempo de punição".
O Journal vai além e afirma que as investigações estão chegando mais próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo a Folha de S. Paulo, já teria dito que ele próprio seria o próximo alvo da operação Lava Jato.
Um dos mais influentes na economia e negócios no mundo, o Financial Times ressalta que as prisões dos presidentes das empreiteiras mostram que a Polícia Federal está quebrando "a cultura brasileira de impunidade para os poderosos".
"A investigação no maior escândalo de corrupção do Brasil está ameaçando engolfar o Partido dos Trabalhadores da presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva", acrescenta o jornal.
O Financial Times lembra ainda que o escândalo aparece no momento em que o país vai atravessar sua pior recessão após a crise de 2008.
Já a Bloomberg, um dos conglomerados de mídia mais influentes nos Estados Unidos, foi categórica:
Ao prender Marcelo Odebrecht, os procuradores da República não apanharam um "peixe grande", mas uma "baleia".
E afirma que a prisão de um dos herdeiros mais ricos e influentes no país mostra que os escândalo na Petrobras e que está abalando a economia não demonstra sinais de que irá diminuir tão cedo.