quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Moro volta ao trabalho e ouve testemunhas em ação contra Palocci


Agência O Globo

Moro volta ao trabalho e ouve testemunhas em ação contra Palocci. © Foto: Adriano Machado/Reuters Moro volta ao trabalho e ouve testemunhas em ação contra Palocci.
 
O juiz Sérgio Moro retoma ao trabalho nesta quarta-feira, na Justiça Federal de Curitiba, e ouve testemunhas de acusação no processo movido pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro Antonio Palocci. Serão ouvidos cinco delatores da Lava-Jato: o empresário Ricardo Pessoa e o diretor financeiro Walmir Santana, ambos da UTC, e os executivos Luiz Augusto França, Marco Pereira de Souza Bilinski e Vinicius Borin, ligados ao esquema de pagamento de propinas da Odebrecht, que incluia um departamento de controle e um banco no exterior, o Meinl Bank Antigua. 

A funcionária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares, primeira a delatar o esquema de propinas pagas pela empreiteira, deverá falar ao juiz Sérgio Moro na sexta-feira, dia 3, por videoconferência a ser realizada em Salvador. No mesmo dia prestarão depoimento os delatores Pedro José Barusco Filho, Zwi Skornicki e Delcídio do Amaral.

No último dia 30, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou habeas corpus apresentado pela defesa de Palocci e seu ex-assessor Branislav Kontic.

Nesta ação, Palocci é acusado de ter intermediado repasse de cerca de US$ 10 milhões da Odebrecht para o casal de publicitários João Santana e Mônica Moura, os marqueteiros do PT nas campanhas presidenciais de 2006, 2010 e 2014. 

A defesa de Palocci argumentou que o ex-ministro não é o "Italiano", codinome registrado na planilha da Odebrecht e relacionado a valores que teriam sido destinados ao PT, e disse não ter tido acesso a depoimentos de delação de executivos da empreiteira. Para o TRF-4, mensagens trocadas entre executivos da Odebrecht indicam que Palocci é mesmo o "Italiano" citado na planilha.

Embora a planilha registre pagamentos de R$ 128 milhões entre 2008 a 2013, a denúncia refere-se apenas aos depósitos feitos a João Santana, em conta no exterior, entre 2011 e 2012. No início da semana, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, homologou os acordos de delação de 77 executivos da Odebrecht, incluindo o empresário Marcelo Odebrecht.

Na mesma ação foram denunciados o empresário Marcelo Odebrecht, os publicitários João Santana e Mônica Moura, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. No total, são 14 acusados, dos quais nove fecharam acordo de delação com a Lava-Jato. 

Palocci é réu ainda em uma segunda ação na Justiça Federal de Curitiba, no qual é acusado de intermediar negociação com a Odebrecht para repassar vantagens ao ex-presidente Lula - a compra de um prédio para o Instituto Lula e de um apartamento vizinho à cobertura da família Lula em São Bernardo do Campo (SP). O prédio, que custou cerca de R$ 12 milhões, não foi usado pelo Instituto Lula. O apartamento, de acordo com a defesa do ex-presidente, é alugado.

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