Opposition leader Senator Aecio Neves attends a vote session on suspending Brasilian President Dilma Rousseff and launching an impeachment trial, in Brasilia on May 11, 2016.Brazil's Senate opened debate Wednesday ahead of a vote on suspending President Dilma Rousseff and launching an impeachment trial that could bring down the curtain on 13 years of leftist rule in Latin America's biggest country. Even allies of Rousseff, 68, said she had no chance of surviving the vote. / AFP / EVARISTO SA © EVARISTO SA via Getty Images Opposition leader Senator Aecio Neves attends a vote session on suspending Brasilian President Dilma Rousseff and launching an impeachment trial, in Brasilia on May 11… Dois dias após ser citado em gravações pelo ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, o presidente do PSDB, Aécio Neves, é citado novamente em gravações obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo.
Em conversas publicadas novamente pelo repórter Rubens Valente, Renan Calheiros, que preside o Senado, fala ao ex-presidente da Transpetro Sergio Machado que Aécio "está com medo".
Em outro trecho, os dois falam sobre o ex-presidente Lula, que era investigado na Lava Jato. Segundo Renan, Lula está "consciente" e que achava que "a qualquer momento pode ser preso".
Sobre o PSBD e Aécio:

Machado: É o seguinte, o PSDB, eu tenho a informação, se convenceu de que eles é o próximo da vez.

Renan: [concordando] Não, o Aécio disse isso lá. Que eu sou a esperança única que eles têm de alguém para fazer o...

Machado: [Interrompendo] O Cunha, o Cunha. O Supremo. Fazer um pacto de Caxias, vamos passar uma borracha no Brasil e vamos daqui para a frente. Ninguém mexeu com isso. E esses caras do...
Em outro trecho, Aécio "está com medo":

Renan: Toda hora, eu não consigo mais cuidar de nada.
[...]

Machado: E tá todo mundo sentindo um aperto nos ombros. Está todo mundo sentindo um aperto nos ombros.

Renan: E tudo com medo.

Machado: Renan, não sobra ninguém, Renan!

Renan: Aécio está com medo. [me procurou] 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa.'

Machado: Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan.
E sobre Lula:

Machado: Tá mesmo. Ela acabou. E o Lula, como foi a conversa com o Lula?

Renan: O Lula está consciente, o Lula disse, acha que a qualquer momento pode ser preso. Acho até que ele sabia desse pedido de prisão lá...

Machado: E ele estava, está disposto a assumir o governo?

Renan: Aí eu defendi, me perguntou, me chamou num canto. Eu acho que essa hipótese, eu disse a ele, tem que ser guardada, não pode falar nisso. Porque se houver um quadro, que é pior que há, de radicalização institucional, e ela resolva ficar, para guerra...

Machado: Ela não tem força, Renan.

Renan: Mas aí, nesse caso, ela tem que se ancorar nele. Que é para ir para lá e montar um governo. Esse aí é o parlamentarismo sem o Lula, é o branco, entendeu?

Machado: Mas, Renan, com as informações que você tem, que a Odebrecht vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito.

Renan: Tem não, porque vai mostrar as contas.

Nessa mesma conversa, Renan fala sobre negociar uma espécie de acordo com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) uma "transição" para a presidente afastada Dilma Rousseff.
Em nota, Renan minimizou as falas sobre as delações e se desculpou com Aécio Neves:
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tem por hábito receber todos aqueles que o procuram. Nas conversas que mantém, habitualmente, defende, com frequência, pontos de vista e impressões sobre o quadro. Todos os pontos de vista, evidentemente, dentro da Lei e da Constituição Federal.
Todas as opiniões do senador foram publicamente noticiadas pelos veículos de comunicação, como as críticas ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, a possibilidade de alterar a lei de delações para, por exemplo, agravar as penas de delações não confirmadas e as notícias sobre delações de empreiteiras foram, fartamente, veiculadas. A defesa pública de uma solução parlamentarista também foi registrada em vários artigos e colunas e o próprio STF pautou o julgamento do tema. O Senado, inclusive, pediu sua retirada da pauta.
Em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), o senador Renan Calheiros se desculpa porque se expressou inadequadamente. Ele se referia a um contato do senador mineiro que expressava indignação – e não medo – com a citação do ex-senador Delcídio do Amaral.
Os diálogos não revelam, não indicam, nem sugerem qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava Jato ou soluções anômalas. E não seria o caso porque nada vai interferir nas investigações.