O presidente da Comissão de Ética da Presidência, Mauro Menezes, informou nesta sexta-feira que o processo contra o agora ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima continua correndo, mesmo com sua demissão do cargo.

"É prerrogativa de qualquer autoridade pedir demissão. Isso não constitui ter havido por parte do ministro um desvio ético. Mas o processo tem continuidade e permanece sob exame estando a autoridade no cargo ou não", disse Menezes. 

Com a demissão do cargo, no entanto, o poder de punição da comissão se restringe a ficar como uma "mancha ética" no currículo.

"Não podemos dizer que alguém não pode continuar na vida pública, apenas deixamos registrado que uma autoridade tem em seu currículo determinada avaliação quanto ao seu comportamento ético. E hoje no Brasil isso tem valido muito", defendeu Menezes. 

A Comissão de Ética decidiu na semana passada, por unanimidade, abrir um processo depois das denúncias do ex-ministro da Cultura de que Geddel o teria pressionado para mudar uma decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e liberar um empreendimento em Salvador onde o ministro tem um apartamento. 

Apesar de Calero ter citado, em seu depoimento à Polícia Federal, também o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o chefe da assessoria jurídica do órgão, Gustavo Vale Rocha, Menezes informou que a Comissão não abrirá processos sobre nenhuma outra autoridade.

“Não existe sinalização de que venhamos abrir processo contra outra autoridade citada. A comissão é muito criteriosa. Não basta uma citação em qualquer depoimento ou denúncia para que a comissão abra de pronto o processo, mas fica sempre atenta”, disse Menezes. 

A próxima reunião da comissão foi remarcada do dia 14 para o dia 15 de dezembro. Geddel ainda não enviou sua defesa, o que pode fazer até o dia 1º. de dezembro.