terça-feira, 26 de abril de 2016

Cirurgia da próstata: esclarecendo mitos



Quando é falado que um homem teve a próstata operada, erroneamente, muitas pessoas apostam na seguinte fórmula: próstata + cirurgia = impotência sexual.?????
Felizmente, isso não é inteiramente verdade. depende muito do problema e da cirurgia que estamos considerando.

Na realidade, diferentes procedimentos cirúrgicos existem para diferentes doenças prostáticas.
Para entender melhor a próstata clique na palavra a seguir A próstata.

Com a passar dos anos, a próstata pode ser acometida pelo crescimento benigno da próstata, a chamada H.P.B. ou pelo câncer de próstata (excetuando os cânceres de pele, o câncer da próstata é o mais comum no homem e o segundo que mais letal em nosso país)

CIRURGIA PARA DOENçA BENIGNA

O crescimento da próstata começa a assombrar muitos homens após os 40 anos.
O tratamento inicial de escolha são medicamentos via oral. Na falha destes comprimidos, a cirurgia da próstata pode estar indicada, em casos onde os sintomas têm um impacto moderado a severo na qualidade de vida destes homens.
Cerca de 30% dos homens acima de 50 anos apresentam sintomas prostáticos moderados a severos e podem ser candidatos a cirurgia.

Vários avanços têm sido conquistados na cirurgia benigna da próstata. A cirurgia padrão no Brasil é a clássica RTU ("raspagem" ou remoção parcial do tecido prostático pela uretra, sem cortes) chance de impotência 3-34% (procedimento realizado com muita habilidade por urologistas brasileiros).

Para próstatas maiores, a cirurgia aberta (com corte) ainda é muito praticada em nosso país e muito eficaz também (Chance de impotência 3-5%).  No entanto, na Europa e Estados Unidos, ela vem sendo largamente substituída por procedimento menos invasivos, como evaporação da próstata, uso de diferentes tipos de laser e uso da laparoscopia (isto é, cirurgia por vídeo, através de pequenas incisões de 1 cm ao menos)

Durante meu fellowship com o Professor Vallancien na França, tive a oportunidade de adquirir experiência com green light laser, ablaterm e cirurgia por vídeo. Entretanto, os elevados custos com o ablaterm e com o laser tornam essas alternativas pouco atrativas para o nosso país.

No início deste mês, tive a alegria de ver nosso trabalho, sobre video-cirurgia prostática, em um dos mais renomados sites de urologia do mundo, o Urotoday, que o reconheceu como destaque publicado em revistas internacionais, no mês de Janeiro, na área de laparoscopia urológica. (link: Urotoday)
Nele, conseguimos provar os benefícios do tratamento minimamente invasivo quando comparado a cirurgia aberta, com significativa redução de tempo de uso de sondas, alta hospitalar precoce e menor chance de infecção urinária.

CIRURGIA para o CÂNCER DE PRÓSTATA
Grande responsável pela má fama da cirurgia da próstata, a prostatectomia radical é ligada a impotência sexual sim, porém todos os tipos de tratamento também comprometem a função erétil no portador de câncer de próstata de uma forma ou de outra (raditerapia, hormônios...).

Essa cirurgia é realizada há mais de 100 anos.
Porém, as técnicas e tecnologias atualmente disponíveis reduziram muito as taxas de impotência. Comprovadamente, a prostatectomia aumenta a sobrevida e é considerada o principal tratamento de cura para tumores de próstata em fases iniciais.
 
Muitos fatores são relacionados com a impotência, como: a idade do paciente, a técnica utilizada (polpando ou não os nervos da ereção), até a experiência e a frequência com que o urologista pratica essa cirurgia já foi implicada numa menor ou maior taxa de impotência. Antigamente, a chance de impotência era de 80-100%. Hoje, com as inovações e melhor conhecimento da anatomia masculina variam de 10-50%. Com orientação adequada, muitos pacientes recuperam a potência em 6 meses a 1 ano após a cirurgia.

Recentes inovações como uso da video-cirurgia por urologistas experientes na técnica e cirurgia robótica são avanços que apresentam resultados iguais ou melhores a cada dia e, hoje, já são uma opção segura oferecida em nosso país por alguns urologistas habilitados.

Portanto, plagiando o programa dos "caçadores de mitos", mais um mito urológico desvendado. Certamente, o receio da impotência nâo deve ser mais uma desculpa para deixar de procurar um urologista. Cuide-se e tire suas dúvidas.
Postado por Flavio Heldwein, Florianópolis. às 09h47

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