quinta-feira, 10 de março de 2016

Promotores explicam denúncia contra Lula

© Fornecido por Notícias ao Minuto
Na tarde desta quinta-feira (10), os promotores Cassio Conserino e Fernando Henrique de Moraes Araújo deram uma entrevista coletiva para falar sobre a denúncia feita ontem e que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa, Marisa Letícia, e um de seus filhos, Fábio Luis Lula da Silva. 
Conserino começou explicando que a questão envolvendo o triplex é dividida: o apartamento está relacionado a uma questão estadual, mas o que tem dentro dele, as reformas, e o sítio de Atibaia, pertencem ao Ministério Público Federal. O promotor disse que enquanto várias famílias ficaram sem apartamento, um dos investigados foi contemplado com um triplex. "É esse o mote da denúncia". Ele ainda revela que não existe o que chama de "juízo de valor" na denúncia.  
Conserino explicou que o que foi feito é resultado de uma investigação que já vem sendo realizada há seis anos e que culminou em uma denúncia por crimes de estelionato. Para o promotor, existem diversos crimes de estelionato e falsidade ideológica no caso. 
Também participando da entrevista, o promotor Fernando Henrique de Moraes Araújo revelou que todos os investigados tiveram acesso aos documentos da investigação desde que ela teve início e ainda puderam entrar com procedimentos protelatórios. Dessa forma, ele afirma que não houve violação de princípios constitucionais, como chegou a ser questionado.  
O promotor Cássio Conserino explicitou que "a Bancoop, ao transferir empreendimentos inacabados para a OAS, a empreiteira ficou como sucessora, mas não assumiu a postura correta para com os cooperados, já que passou a cobrar taxar criminosas, fracionou os terrenos para construção de prédios de alto luxo e vendeu para pessoas já envolvidas nas propriedades".
Tais atitudes "estabeleceram pânico entre todos adquirentes e cooperados da Bancoop, pois essas pessoas até hoje, nem pela Bancoop ou pela OAS, receberam as escrituras". As pessoas se viram obrigadas a fazer uma opção simples: ou pagavam altos valores ou optavam pela devolução do dinheiro investido, em 36 parcelas, em um período de 12 meses para receber os valores".
Uma das questões levantadas foi o motivo da operação ser feita em São Paulo e não no Guarujá. Sobre isso, foi explicado que todas as condutas encontradas, quer nas assinatura de contrato ou nas realizações das entregas fraudulentas, operaram-se em São Paulo e, por isso, foi na capital paulista que aconteceram todas as questões envolvendo as transferências indevidas.
Os promotores explicaram que Lula foi indiciado por crimes de falsidade ideológica, com pena variando entre três a dez anos, e lavagem de dinheiro, que pode render entre um e três anos de reclusão. Marisa Letícia foi denunciada por falsidade ideológica, e o filho do casal por lavagem de dinheiro. Os promotores explicaram ainda que, apesar de serem investigações diferentes, estão em contato com os responsáveis da Lava Jato e que irão compartilhar as provas produzidas. Conserino revelou que as denúncias contra Lula foram baseadas em provas testemunhais e documentais: funcionários do triplex, zelador, porteiro, funcionários da OAS, ex-funcionários, empresa responsável pela reforma, entre outros. 
Para os promotores, não existe dúvida de que o triplex era destinado para Lula e sua família.

Confira os indiciados: 

Família Lula: 

– Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente 
– Marisa Letícia, ex-primeira-dama 
– Fabio Luis Lula da Silva (Lulinha), filho 
Bancoop: 
– João Vaccari Neto, ex-presidente 
– Ana Maria Ernica, ex-diretora financeira 
– Ivone Maria da Silva, diretora técnica 
– Leticia Achur, advogada 
– Wagner de Castro, ex-diretor-presidente da cooperativa e presidente do Sindicato dos Bancários do ABC e de São Paulo 
OAS: 
– Leo Pinheiro, ex-presidente 
– Roberto Moreira Ferreira, diretor de incorporação 
– Igor Pontes, coordenador de engenharia 
– Carlos Frederico Guerra, diretor executivo jurídico da OAS Empreendimentos e diretor de novos negócios no FIP OAS Empreendimentos 
– Fabio Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos 
– Victor Levindo, ex-diretor da OAS Empreendimentos 
– Luigi Petti, diretor de desenvolvimento e incorporação da OAS Empreendimentos 
– Telmo Tonolli, diretor regional de incorporações da OAS/RJ

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