quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Procure alguém que queira você como é, não como ela gostaria que fosse



 
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“Chegou um momento em que parei, olhei no espelho e não mais me reconhecia. Todos os meus amigos se afastaram. Meus Hobbies foram deixados de lado. Não bebia mais (porque ela não gostava). Minha vida se resumia em ir trabalhar e voltar para casa. Foi então que ela me abandonou e eu não tinha mais nada”
Talvez esse seja um tema recorrente que observo dos relacionamentos frustrados e fracassados. A mania de um companheiro querer moldar o outro conforme o seu ideal de parceiro perfeito. O resultado, quase sempre, não é positivo. A auto-anulação do ser enquanto pessoa, uma relação prisioneira de si mesmo, brigas, desentendimentos.
Resultado: uma vida inteira frustrada ou um término repentino.
Resolvi então abordar o polêmico tema com vocês. Como descobrir se uma mudança é saudável? Até quando e onde ir para agradar a parceira? Será que vale mudar sua personalidade só para ficar com alguém?

Por que insistimos em querer mudar alguém?
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Levados por ideias românticos de livros, filmes ou aquilo que pensamos ser uma relação perfeita, muitas vezes projetamos na nossa companheira nossas próprias expectativas e frustrações. Assim, não buscamos um alguém real, mas um ideal de parceira.
Apesar de conviver com a pessoa totalmente diferente deste ideal no início do relacionamento, acreditamos que, com o tempo, podemos moldá-la e transformá-la naquilo que sempre sonhamos. Para isso, apostamos que o sentimento formado é o suficiente para fazer com que ela se sinta motivada a transformar-se naquilo que queremos.
O erro é que nem sempre sabemos o que queremos ou, se algo for moldado até tal, se realmente estamos satisfeitos com aquilo
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O erro ao tentar transformar o outro
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Querer mudar uma pessoa só para que este torne seu ideal de parceiro contraria a lógica do amor. Amar é admitir alguém como é e de uma forma completa (com suas falhas e qualidades). Amar não é ignorar os defeitos, mas aprender a aceitá-los.
Se você precisa alterar a personalidade ou a atitude de uma pessoa para aí sim gostar dela, você não ama realmente uma pessoa e muito menos merece estar do seu lado.

A mudança não vem de fora, vem de dentro
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“Você não pode mudar as pessoas, você precisa ser a mudança que deseja ver nos outros” (Gandhi)
Forjar uma mudança na outra pessoa além de artificial, não trás resultados verdadeiros. Talvez, momentaneamente, você consiga transformações, mas estas serão falsas e passageiras. Ainda que perdurar, a pessoa não se sentirá confortável com isto e logo o incômodo virá à tona. Você será responsabilizado pela insatisfação.
Mostrar para alguém as falhas e pedir por mudanças não proporciona resultados. Mesmo assim insistimos na atitude.
Se dissermos que a pessoa é errada por não escutar aquilo que queremos dizer, vamos conseguir como resultado que ela deixe de escutar. Aquele que escutava pouco acabará por nada escutar. Se dissermos que a pessoa não deve fazer tal atitude por ser errada, em um momento de irritação, esta vai acabar fazendo, contrariada.
A mudança não acontece através desse processo, mas sim por um acordo que permite às pessoas caminharem juntas. Uma pode servir de exemplo para a outra quando ninguém tem interesse em apontar defeitos. Ou seja, ao invés de impor mudanças a quem estiver ao seu lado, porque não começar por si mesmo?

Mudar é preciso, moldar não é preciso

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Essa persistente tentativa de querer transformar a outra pessoa é um grande indício de que os dois não tem uma sinergia para ficar juntos. Uma relação saudável precisa ter respeito, admiração e flexibilidade de ambas as partes.
Pequenas mudanças são necessárias para ajuste e desenvolvimento, não só do casal mas uma questão de maturidade pessoal mesmo. Agora, querer que o outro seja aquilo que ele não é (ou nunca foi) só para satisfazer seu desejo pessoal é um caminho para um relacionamento fadado ao fracasso.
Impor menos, aceitar mais
 
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Cada um constrói seu ideal de parceiro. Isto não é errado, desde que este pensamento não seja empurrado guela abaixo para o outro. Cada um é o que é e não o que queremos que seja.
Deixe de pensar que o mundo gira em torno do seu umbigo e tem que funcionar da maneira como você quer. Se você não está preparado para lidar com pensamentos dissonantes ou atitudes contrárias ao que pensa, terá sempre dificuldades de ser relacionar. Ou você aprende com isso, ou saí fora da relação.
E como pensamento de reflexão, deixo esta brilhante frase dita por um jovem de Moçambique que entrou em contato conosco:
“Se for amor, terá que amar a pessoa e não moldar a imaginação dela”. (Jose Manejo)

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