terça-feira, 14 de julho de 2015

17ª AULA = INTERJEIÇÃO



INTERJEIÇÃO

A interjeição ainda é considerada uma classe gramatical, apesar de alguns gramáticos discordarem, argumentando que a interjeição se dá muito mais pela semântica da palavra do que pela forma.
Sendo assim, por definição básica, a Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sentimentos, sensações. Ela não possui nenhuma relação sintática com o restante do período no qual se encontra e pode ser compreendida sozinha, sem auxílio de nenhuma outra palavra ou frases. Estados de espírito; ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.

Ah! Pode exprimir prazer, deslumbramento, decepção;

Psiu! Pode indicar que se está querendo atrair a atenção do interlocutor, ou que se deseja que ele faça silêncio.

Outras interjeições e locuções interjetivas podem expressar:

Alegria: oh!, ah!, oba!, viva!;
Dor: ai!, ui!;
Espanto, surpresa: oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, puxa!, chi!, gente!, hem?!, meu Deus!, uai!;
Chamamento: olá!, alô!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!;
Medo: uh!, credo!, cruzes!, Jesus!, ai!;
Desejo: tomara!, oxalá!, queira Deus!, quem me dera!;
Pedido de silêncio: psiu!, calado!, quieto!, bico fechado!;
Estímulo: eia!, avante!, upa!, firme!, toca!;
Afugentamento: xô!, fora!, rua!, toca!, passa!, arreda!;
Alívio: ufa!, uf!, safa!;
Cansaço: ufa!.
Vejamos exemplos de interjeições:
  • Ah, porque estou tão sozinho!
  • Ah, porque tudo é tão triste!
  • Ah, a beleza que existe!
  • Tomara que você volte depressa!
  • Ai, minhas costelas!
  • Bravo! Bravo!
  • Psiu!  Não acordem as crianças.
Coitado, ficou sozinho novamente!

A compreensão de uma interjeição depende da análise do contexto em que ela aparece.
Quando a interjeição é expressa por mais de um vocábulo, recebe o nome de locução interjetiva.
Ora bolas!, cruz credo!, puxa vida!, valha-me Deus!, se Deus quiser!
Macacos me mordam!
  • Se Deus quiser!
  • Valha-me Deus!
  • Nossa Senhora!

A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte. Não desempenha função sintática.
A interjeição muda de sentido conforme o contexto em que se encontra, dando margem, portanto, para que qualquer palavra possa se tornar uma interjeição, dependendo do uso feito pelo falante.
A gramática classifica as interjeições segundo os significados que elas apresentam, classificação esta que não é morfológica, mas semântica. Ainda há muitos estudos e questionamentos quanto a esta classificação, mas nas gramáticas tradicionais encontramos as interjeições classificadas desta forma. Vejamos:
  • Advertência: Cuidado!, Atenção!, Ah! não vá por aí!, alerta!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo!
  • Admiração: Ah! que linda paisagem! , Oh! como o mar está bravo!, puxa!, nossa!, que coisa!, oh!, uh!, ué!, puxa!, uau!, gente!, céus!, uai!, (francês: ou la la)
  • Afugentamento: Xô!, Fora!, Passa!, rua!, toca!, arreda!, sai!, roda!, toca!, xô pra lá!
  • Agradecimento: graças a Deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!
  • Alegria: Ah!, Oba!, Viva!, olé!, eba!, uhu!, eh!, gol!, que bom!, iupi!
  • Alívio: Ufa!, Ah!, uf!, ainda bem!
  • Animação: Coragem!, Avante!, upa!, vamos!
  • Apelo: Alô!, hei!, olá!, psiu!, Socorro!
  • Aplauso: bis!, isso!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, valeu!, hurra!, muito bem!, parabéns!
  • Aversão: Droga!
  • Cansaço: ufa!.
  • Chamamento: olá!, alô!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!;
  • Desejo: Oxalá!, Tomara!, Se Deus quiser!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!;
  • Desculpa: perdão! desculpe!, desculpa!, mal!, foi mal!
  • Despedida: adeus!, até logo!, tchau!
  • Dor: Ai!, Ui! Ai! que dor!
  • Dúvida: hum?, hem?, hã?
  • Espanto, surpresa: Meu Deus!, Nossa!, Puxa!, oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, chi!, gente!, hein?!, uai!;
  • Medo: Oh!, Cruzes!, Credo!, Ui! que horror!, uh!, Jesus!, ai!, ai de mim!
  • Silêncio: Psiu!, Silêncio!, calado!, quieto!, bico fechado!;
  • Estímulo: eia!, avante!, firme!, toca!, ânimo!, adiante!, coragem!, firme!, força!, vamos!
Quase sempre as interjeições vem acompanhadas de um ponto de exclamação, que pode ser combinado com outros sinais de pontuação.
São geralmente consideradas “diferentes” das demais classes gramaticais, pelo fato de não assumirem função sintática, de terem uma difícil caracterização morfológica e de virem das mais diversas origens filológicas.
A análise do discurso sugere analisarmos as interjeições segundo o contexto no qual se apresentam, mas há outros fatores como a entonação e a mímica (o gesto do falante), que podem alterar o significado da mesma. Desta forma, considera-se a interjeição como polissêmica, ou seja, uma mesma interjeição pode possuir uma variação de sentido.
                                   

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